sábado, 23 de fevereiro de 2013

INTRODUÇÃO AS DOENÇAS VENÉREAS PARTE 1


Introdução

"Antigamente, elas se chamavam doenças venéreas, isto é, doenças de Vênus, ou doenças do amor. Apesar do romântico nome genérico, a denominação de cada uma dessas doenças não era nada romântica (sífilis, gonorréia, cancro mole) e elas chegavam a matar. Depois, vieram os antibióticos que, extremamente eficientes no combate a esses males, mudaram o panorama. Então, podia até ser considerado prova de virilidade ter uma 'doença do mundo' ou 'doença feia'.... Atualmente, elas se chamam doenças sexualmente transmissíveis".
Desta maneira, a psicóloga Lídia Rosemberg Aratangy introduz o capítulo de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) em seu livro "Sexualidade - a difícil arte do encontro". Realmente, hoje em dia, as DSTs voltam a assolar a sociedade brasileira e devem ser compreendidas de maneira séria e debatidas amplamente, para que possam ser superadas e deixem de infectar tantas pessoas de todas as faixas etárias.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Coordenação Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde (MS), não há dados disponíveis que tracem um "mapa" das DSTs no Brasil, pelas próprias dificuldades culturais em reportar este tipo de informação aos setores da saúde. Até 1998, o Ministério da Saúde publicava o Boletim Epidemiológico, onde anunciava principalmente informações sobre Sífilis Congênita (transmitida da mãe para o filho, durante a gravidez ou parto, e, portanto, não por via sexual) e de AIDS, uma vez que, por lei, todo médico que diagnostica uma destas doenças é obrigado a relatá-la. No entanto, diante das dificuldades de ter dados mais precisos sobre as outras doenças, o MS deixou de publicar estes Boletins até que arquitete uma metodologia mais eficaz.
Como as DSTs indicam, na maioria dos casos, um comportamento sexual desprotegido, elas são também um indicativo de pessoas mais propensas à contaminação pelo HIV e identificar esta população, alvo das campanhas de prevenção da AIDS, é uma das prioridades do Ministério da Saúde, segundo informa sua assessoria de imprensa.
Conforme entrevista com o epidemiologista Dr. Fábio Moherdaui, assessor para DST do Programa Nacional DST/AIDS do MS, a Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que 12 milhões de novos episódios, entre homens e mulheres, surjam anualmente no Brasil. Esta estimativa, baseada em 10 anos de estudos, não leva em conta as doenças virais, como a AIDS, o HPV, a Herpes e a Hepatite, mas apenas as doenças bacterianas, como a Sífilis, a Clamidíase, a Gonorréia e Tricomoníase, esta última causada por um protozoário.

Curiosidades Históricas
Como foi dito, na Antigüidade, as DSTs eram tidas como as doenças da deusa grega do amor, Vênus. Para se ter noção de como essas doenças acompanham a própria história e o desenvolvimento do homem, a gonorréia foi descrita em algumas passagens da Bíblia, muito embora sua causa só tenha sido conhecida no século XIX.
Algumas tumbas do Egito antigo apresentavam registros sobre a Sífilis. Sabe-se, ainda, que a rainha egípcia Cleópatra tentava se defender de doenças e da gravidez através do uso de artigos precursores dos preservativos.
Causas
Os vírus são causadores de grande parte das DSTs, como condiloma, herpes genital, hepatite B e a infecção pelo HIV. Já as bactérias são as causas de doenças como a gonorréia, a clamídia, o cancro mole e a sífilis. Finalmente, algumas outras doenças, como a escabiose, tricomoníase e a infestação por piolho púbico são causadas por parasitas.
Formas de TransmissãoAs DSTs são transmitidas por meio de relações sexuais anais, vaginais e orais. Médicos alertam que as doenças podem ser transmitidas a partir do momento em que a pessoa se infecta, ou conforme o caso, mesmo depois que nenhum sintoma ou sinal possa ser percebido.
Especialistas alertam que secreções no pênis, ânus ou na vagina, sensação de ardência ao urinar, bolhas e úlceras nos genitais, dor na região pélvica ou abdominal, dor durante a relação sexual, são possíveis sintomas das doenças sexualmente transmissíveis. Assim, caso se apresente algum destes sintomas, deve-se interromper as relações sexuais e procurar um médico. Convém esclarecer que a cadeia de transmissão só se interrompe quando o portador da doença é tratado e passa a usar preservativos em todas as relações sexuais.
Existem DSTs como a sífilis e a hepatite B, e o HIV (AIDS) que podem ser transmitidas através de sangue infectado e por transmissão vertical (da mãe para o filho, durante a gestação, no parto, ou no aleitamento). Conforme informações do Dr. Fábio, em mais de 80% dos casos de mulheres portadoras, as DSTs apresentam um curso assintomático, ao contrário dos homens, onde são mais exuberantes e mobilizadoras de tratamento. É muito comum, portanto, que as mulheres só percebam que portam uma DST quando ela já está em um estágio avançado - daí a importância da visita freqüente ao ginecologista para os exames de rotina.
Considerações Sobre Algumas Doenças

Gonorréia
Corrimento amarelado (pus) que sai do pênis, causando ardor para urinar, apresentando mau cheiro. No caso das mulheres, 70% não apresenta sintomas. No caso das mulheres que apresentam sintomas, eles são semelhantes aos dos homens.

Cancro Duro
Cancro duro é o nome que se dá à manifestação inicial da sífilis. Aproximadamente entre o décimo e o trigésimo dia, após o contágio, surge nos genitais uma ferida que não dói, não coça, não arde. A ferida desaparece espontaneamente, após um prazo, entretanto a doença continua a progredir e ser transmitida.

Sífilis
Doença causada pela bactéria Treponema pallidum, capaz de infectar qualquer órgão ou tecido. A bactéria atinge o organismo através de pequenas lesões na pele, nas mucosas, ou pela corrente sangüínea.
Após a primeira fase, do cancro duro, cerca de dois meses após o sumiço da ferida, aparecem manchas avermelhadas em toda a pele, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Caso não seja tratada, depois de alguns anos, pode afetar o cérebro, o coração e outros órgãos.
Quando uma mãe, com sífilis, passa a doença para o bebê, chama-se sífilis congênita, que pode trazer sérias complicações de saúde à criança.

Herpes Genital
O herpes inicia-se com coceiras, seguidas de ardor nos órgãos genitais. Posteriormente, surgem pequenas bolhas, que estouram e se transformam em pequenas lesões dolorosas. Estas desaparecem espontaneamente, após um prazo aproximado de dez dias. Entretanto as lesões retornam, ciclicamente, sem tempo definido, principalmente se o portador tem uma baixa em seu sistema imunológico, que pode ser causada por estresse, desgastes emocionais ou físicos, exposição excessiva ao sol, alimentação inadequada. Médicos advertem que não existem remédios capazes de curar o herpes.

Clamidíase
Também conhecida como uretrite ou cervicite inespecífica e uretrite não-gonocócica, a Clamidíase é caracterizada por corrimento uretral escasso, translúcido e, geralmente, matutino. Pode, no entanto, ser reconhecida apenas pelo ardor uretral ou vaginal, muitas vezes o único sintoma. Raramente a secreção pode ser abundante e purulenta.
Se não tratada, a Clamídia pode permanecer por anos contaminando as vias genitais dos pacientes. Mesmo sem sintomas, o portador segue transmitindo a doença. De acordo com o Dr. Fábio Moherdaui, a Clamidíase é uma das doenças mais comuns entre as mulheres e pode ser de difícil diagnóstico: localiza-se do colo do útero para cima e é, muitas vezes, assintomática. Sendo assim, junto com a Gonorréia, a Clamidíase pode ter por complicação a doença inflamatória pélvica, que vem a ser uma das causas de mortalidade feminina.

Tricomoníase
Doença causada por um protozoário e transmitida sexualmente, a Tricomoníase se localiza, na mulher, na vagina ou em partes internas do corpo e, no homem, só nas partes internas. Os principais sintomas são o corrimento amarelo-esverdeado, volumoso, com mau-cheiro, dor durante o ato sexual, ardência e dificuldade para urinar e coceira nos órgãos sexuais. O tratamento deve ser para o casal. 




Postado por Alberto(CABB)

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